terça-feira, 1 de setembro de 2009

. Sobre Sensibilidade .


Estava por esses dias me sentindo tão triste e sensível em relação às coisas do mundo, que cheguei a pensar que estava a beira de uma depressão. Conversei com pessoas, busquei informações sobre o assunto, me analisei profundamente, reavaliei minhas atitudes, me despudorei para mim mesma, até video evangélico me vi assistindo pra tentar entender o que realmente ia no meu íntimo. Pois bem, depois de muito pensar, ler, analisar, descobri que não sofro desse mal, muito pelo contrário, conclui que sou muito bem resolvida com os meus sentimentos.


Procuro sempre falar deles quando os sinto tanto, que me sufocam! Sendo eles bons ou ruins, os deixo vir à tona, ainda que eu me exponha, não consigo fazer diferente, quase sempre explodo em lágrimas ou gritos, mas deixo que saiam.


O fato é que, nem tudo o que sentimos é visto e aceito pelos outros como bom ou verdadeiro, as pessoas estão sempre nos julgando na maneira como nos vêem, e infelizmente não são todos que nos vêem como a gente é.


A maioria vê o outro por sua própria ótica, por aquilo que ela mesma vivência, pela forma com que ela mesmo vê o mundo, por suas agouras, etc. Existe um sentimento chamando empatia, que pouquissímos conhecem ou praticam. É o ato de colocar-se no lugar do outro.
Parece uma ardua tarefa, mas não é, e só se aprende praticando!

Já tem alguns dias que tenho reparando em como as pessoas lidam com as dores alheias, até mesmo aquelas de pessoas muito próximas. Nestas reflexões ouvi e vi coisas que honestamente não condizem com o que eu espero de pessoas que julgo como amigas.
Infelizmente algumas colocações me doeram, a verdade me veio como um tapa na cara, a verdade do outro que a gente custa a acreditar que não sente o mesmo que a gente, que não tem empatia por nós.

Confesso que as vezes sofro por estar sempre à flor da pele, mas conclui que quem não me aceita como eu sou, ou ri do que eu sinto, não tem sensibilidade o suficiente para ser meu amigo. O fato de eu ser como sou, não me levou, nem tão pouco me levará à depressão, posso ser sensível aos fatos, à insegurança com o futuro, à falta de companheirismo, a falta de paciência das pessoas em oferecer o ombro, com verdade, com o amor, mas permaneço sempre com os olhos atentos.

A vida tem sido um aprendizado diário, tenho procurado ser mais expectadora do que coadjuvante, tenho aprendido a saborear o silêncio - aquele que cala a língua para que o cerébro funcione. Aqueles que nos lêem a alma, nos decifram e se encontram também em sentimentos semelhantes, acabam por se revelar para nós, ainda que no fundo sejamos todos sozinhos.


"Sentir não é brega. Ao contrário: não existe nada mais chique. Emocione-se e seja o rei da sua insensatez."


Inspirada por Caio F.

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